Terra-mãe
Você me fez terra
território ocupado
As vezes alagado
Pela culpa
Pela glória
Pelos ganhos e perdas
De todas as terras mães
De todos os rios filhos
Sem mapa nem certezas
Sou terra desconhecida
Recém parida
me reconheço nas fraquezas
Que na própria força habita
E você me atravessa,
Como rio
Me faz floresta
E deságua longe
Para depois dos meus montes
Longe das vistas
Sou terra que te tem
Por um tempo breve
Até que a vida leve
Suas águas densas
Sou terra mexida
Sua correnteza forte
Me mexe, me corta, me move
Tua água me alimenta
Meu caminho te orienta
De mim, tu só conhece as margens
Que te rodeiam, que te protegem
Ah se pudesse ver mais
Talvez não queira, talvez se negue
Mas a terra que sou só se amplia
Mas por enquanto se aquieta
Teu rio nutre, cuida e vigia
Até que tu vires mar
E assim eu siga terra
Além da Terra mãe,
mas agora, para sempre terra.
Comentários
Postar um comentário