Sua alma está em inércia
o tempo corre
enquanto ele foge
e fecha
os olhos
mesmo com pressa.
Os ombros pesam
e não tem onde encostar.
a vida se fez fardo
na necessidade
que ganhou dos sonhos
no primeiro ronco do estômago.
Escolheu comer, a qualquer custo.
Os pés grossos e queimados de sol
a camiseta velha, emplumada
vermelha? Sangue.
Os olhos fitando o céu.
Nada mais vive ali.
Escolheu comer, a qualquer custo.
Mesmo sabendo o preço que a cor de tua pele tem, quando corre.
O pão ficou caído na esquina, um rato o mordisca e mata sua fome
Ao meio dia, na avenida movimentada.
Um corpo negro morre, faminto.
Morreu de morte matada.
Morreu de fome.
Morreu esquecido.
Morreu mais um.
Ao meio dia, na avenida movimentada.
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